Os Cozinheiros de Oz, peça infanto-juvenil encenada e interpretada por um grupo de alunos do Curso Profissional de Artes do Espectáculo – Interpretação, turma 12.º 13. Auditório da Escola Secundária D. Pedro V, Lisboa, 11/5/2015.
Os Cozinheiros de Oz? O que é? O que são? Em que faz pensar este título? É uma peça de teatro infanto-juvenil de Carlos Correia (Plátano, 1988). Já foi encenada diversas vezes de diferentes formas por vários grupos teatrais, quase sempre como um musical, seguindo as orientações do autor que transforma em canções múltiplas falas das personagens. Esse ingrediente confere à peça um dinamismo divertido e funciona como uma espécie de convite à participação do público. As músicas não são originais, são temas conhecidos de múltiplos registos musicais que vão do folclore ao rock.
Antes de conhecer o conteúdo do texto, o título fez-me pensar em “cozinheiros” que produzem poções mágicas… ou que nem sequer são cozinheiros, como não é feiticeiro o Feiticeiro de Oz. A minha suposição não era completamente descabida. Depois de ver a peça li o texto. Tem de facto as características de um musical, bem aproveitadas na presente encenação.
Neste enredo simples há de facto um Chefe que se considera o mais exímio de todos os cozinheiros, embora não saiba cozinhar mas apenas dar ordens. Quem obedece às ordens e cozinha de facto é Umbelina, jovem ajudante de cozinha, bonita e desejosa de encontrar o seu par só para se livrar do trabalho duro e da prepotência e vaidade do seu patrão. A certo momento, Umbelina queixa-se deste modo: «Basta! Chega! É demais! / Eu sou escrava, ele é rei / Do reino da fantasia / Porque sou eu quem trabalha / Sob a sua tirania.» Mas claudicando um pouco mais adiante, quando o Chefe lhe pergunta por que está a “resmungar”, ela não o culpa directamente: “Estou-me a queixar do destino / Da sina, do triste fado!» Este confronto entre o Chefe e Umbelina constitui o verdadeiro cerne do enredo e impulsiona o desenrolar da acção, simples, cheia de peripécias e divertida.
Umbelina espera uma espécie de príncipe que a possa libertar da sua vida dura e rotineira. Mas em vez de um príncipe surge Bonifácio, um cantor de rua que se atreveu a entrar, sem autorização, no salão do restaurante para cantar e angariar algum dinheiro. Como uma das reivindicações de Umbelina é a contratação de um novo ajudante para aliviar as suas tarefas, o Chefe, que ficou indignado com a ousadia de Bonifácio mas agradado com as suas cantorias, decide contratá-lo em vez de o mandar para a prisão. Bonifácio é um pouco tolo ou faz-se passar por tolo e tem as suas idiossincrasias, como cozinhar a cantar, provar com os dedos os pratos destinados aos clientes ou dar mais atenção à moça do que aos ingredientes da receita. Tanta distração causa diversão mas maus resultados culinários. Os pratos confeccionados desagradam aos clientes que reclamam ruidosamente. Na cozinha, o grande Chefe acaba triste e só, enquanto Bonifácio sai rindo e cantarolando com a moça ao colo. Todos se divertem menos o Chefe, que fica com os nervos em franja após uma guerra de chantilly, farinha e tartes. Aparentemente, em tempos o Chefe também quisera ser cantor… Abandonou a vocação para se acomodar na cozinha onde nada faz nem sabe fazer, muito menos sem uma ajudante trabalhadora e dedicada…
Segundo alguns, a peça tem uma dimensão didáctica embora não seja evidente. Podemos, de facto, encontrar no enredo algumas lições de vida (o Chefe vaidoso e prepotente recebe a sua lição), mas outras ficam por dar. Bonifácio nada leva a sério e pretende acima de tudo angariar dinheiro. A moça pretendia libertar-se do jugo do Chefe, mas Bonifácio é mais um oportunista do que um príncipe generoso e leal… É claro que as crianças que assistiram à peça não se detiveram a pensar nestes detalhes, riram e divertiram-se com a abençoada inocência da sua tenra idade.
Este foi mais um projecto autónomo levado a cabo pelos alunos de Artes do Espectáculo no âmbito da disciplina de Dramaturgia, leccionada pela professora Alda Cruz. Estão de parabéns estes alunos pelo trabalho realizado e pela ideia de encenar uma peça infantil. Já que a nossa escola faz parte de um agrupamento com quatro ciclos de ensino, convém não esquecer nenhum deles. A pequenada que veio ao Auditório assistir adorou… E todos se portaram muito melhor do que Bonifácio, Umbelina ou o Chefe e essa é que foi a verdadeira lição do dia.
Encenação:
Ana Nascimento
Interpretação:
Empregado de mesa: Bruno Teixeira
Cantor de rua (Bonifácio): João Fernandes
Moça casadoira, ajudante de cozinha (Umbelina): Marisa Conceição
Chefe de cozinha: Rafaela Neves
The Cooks of Oz, photography by São Ludovino.
The Cooks of Oz, photography by São Ludovino.
The Cooks of Oz, photography by São Ludovino.
The Cooks of Oz, photography by São Ludovino.
The Cooks of Oz, photography by São Ludovino.
The Cooks of Oz, photography by São Ludovino.
The Cooks of Oz, photography by São Ludovino.
The Cooks of Oz, photography by São Ludovino.
The Cooks of Oz, photography by São Ludovino.
The Cooks of Oz, photography by São Ludovino.
The Cooks of Oz, photography by São Ludovino.
The Cooks of Oz, photography by São Ludovino.
The Cooks of Oz, photography by São Ludovino.
The Cooks of Oz, photography by São Ludovino.
The Cooks of Oz, photography by São Ludovino.
The Cooks of Oz, photography by São Ludovino.
The Cooks of Oz, photography by São Ludovino.
The Cooks of Oz, photography by São Ludovino.
The Cooks of Oz, photography by São Ludovino.
The Cooks of Oz, photography by São Ludovino.
The Cooks of Oz, photography by São Ludovino.
The Cooks of Oz, photography by São Ludovino.
The Cooks of Oz, photography by São Ludovino.
The Cooks of Oz, photography by São Ludovino.
The Cooks of Oz, photography by São Ludovino.
The Cooks of Oz, photography by São Ludovino.
The Cooks of Oz, photography by São Ludovino.
The Cooks of Oz, photography by São Ludovino.
The Cooks of Oz, photography by São Ludovino.
The Cooks of Oz, photography by São Ludovino.
The Cooks of Oz, photography by São Ludovino.
The Cooks of Oz, photography by São Ludovino.
The Cooks of Oz, photography by São Ludovino.
The Cooks of Oz, photography by São Ludovino.
The Cooks of Oz, photography by São Ludovino.
The Cooks of Oz, photography by São Ludovino.
The Cooks of Oz, photography by São Ludovino.
The Cooks of Oz, photography by São Ludovino.
The Cooks of Oz, photography by São Ludovino.
The Cooks of Oz, photography by São Ludovino.
The Cooks of Oz, photography by São Ludovino.
The Cooks of Oz, photography by São Ludovino.
The Cooks of Oz, photography by São Ludovino.
The Cooks of Oz, photography by São Ludovino.
The Cooks of Oz, photography by São Ludovino.
The Cooks of Oz, photography by São Ludovino.
The Cooks of Oz, photography by São Ludovino.
The Cooks of Oz, photography by São Ludovino.
The Cooks of Oz, photography by São Ludovino.
The Cooks of Oz, photography by São Ludovino.
The Cooks of Oz, photography by São Ludovino.
The Cooks of Oz, photography by São Ludovino.
The Cooks of Oz, photography by São Ludovino.
The Cooks of Oz, photography by São Ludovino.
The Cooks of Oz, photography by São Ludovino.
The Cooks of Oz, photography by São Ludovino.
The Cooks of Oz, photography by São Ludovino.
The Cooks of Oz, photography by São Ludovino.
The Cooks of Oz, photography by São Ludovino.
The Cooks of Oz, photography by São Ludovino.

Sem comentários:
Enviar um comentário