ETERNIDADE
O som do vento na lezíriaÉ constante e leal
Mesmo quando se dilui no restolhar melódico
Dos grados arrozais ondulantes.
Está sempre lá, mesmo inaudível.
Segue-o na dança a alma completa
Um olhar lento de ermita que realizou todos os desejos
Realiza-os em cada instante só porque vive
E se extingue e revive no murmúrio que vai passando.
O sono completo do criador em cada grão
Que viceja e alimenta a mão que cuida
A garça que passa, a mesa de tanta gente
O espanto contente das aves que voltam sempre
À mesma aldeia lacustre.
E ao redor
Ninguém para ouvir a melodia ou medir o silêncio
Ninguém para ver ou subtrair o inefável.
A vida anda à solta
Sensação pura.
Longe de todas as dúvidas e definições
O infinito pode ser plenamente infinito.
Longe da pequenez dos homens,
Que importa a eternidade
Se a eternidade é isto?...
Suy / São Ludovino, 11/12/1987
Praia do Ribeiro do Cavalo, Sesimbra, Portugal, photography by
São Ludovino, 2015.
Praia do Ribeiro do Cavalo, Sesimbra, Portugal, photography by
São Ludovino, 2015.
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São Ludovino, 2015.
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