UM CONTENTAMENTO DESCONTENTE
Há gente, lá nos antípodasQue sente tal como tu.
Sorri quando saboreia os frutos
Quando a mãe e as aves sorriem também
Olha a água como magia transparente
Estica os braços para tocar a Lua
Abraça as árvores, canta com as aves
E adormece no centro do mundo
Pois que todos os lugares onde alguém sente
São o centro do mundo
De um mundo qualquer.
Tal como tu, lá nos antípodas
Ou aí mesmo ao teu lado
Há gente que pergunta, pergunta, pergunta
Mesmo sem pronunciar uma única palavra
Mesmo sem querer encontrar a resposta.
Pergunta, pergunta, pergunta porque sente
Pergunta porque quer continuar a pensar
No que sente, em sintonia ou desarmonia
Quer continuar descontente perguntando
Sempre, sempre contente com o seu descontentamento.
São Ludovino, 18/9/2023
Human Landscape II, photography by São Ludovino.
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