Nem tu sabes que força é essa
Que anestésico injectaste nas veias
Que sulfamidas impedem a ferida de alastrar
E consumir todo o ser
Nem tu sabes quem te esmurrou o vago intento
De sair à rua e dar o primeiro passo
Rumo a um lugar qualquer
Em que nada dói
Nem tu sabes como se desfez a vida
Antes de começar
Ao soar do gongo oculto
Na esquina em que a sombra do meio dia
Se desfez num ápice
Sabes, sabes bem demais
Qual é a direcção do vento
Que te empurra contra o soco
Que estás pronto para receber.
Se fosses outro, talvez te salvasses
Mas pouca importa
Os outros continuam a ser os outros
A ferida continua só tua…
São Ludovino, 29/4/2024
Untitled by Yasuhiro Ishimoto.
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